quinta-feira, 30 de maio de 2019

Para o dia 11 de junho

Trazer impresso a primeira versão de seu texto para ser lido e analisado em sala, seguindo as indicações discutidas em sala de aula e aqui postadas.
Ao mesmo tempo, postar nesse blog esta versão de seu texto.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Trabalhos da turma + Links de acesso

Trabalhos da turma:
Aline – Mudança de identidade nas línguas e no teatro (estudar conceitos: persona e tradução);

Link: https://teatrolinguas.blogspot.com
Nina – Reconstituição do processo criativo, através de documentações. Grupo Teatro do Oprimido (grupo que já trabalhou anteriormente);
Daniel – Preparação física do espetáculo Macunaíma (Grupo Sementes);
Ana Beatriz – Figurinos e cenários (estética visual) do espetáculo Macunaíma (Grupo Sementes);
Amanda – Produção de sonoplastia (sons originais) do espetáculo Macunaíma (Grupo Sementes);
Taís  Teatro e vídeo: como os dois meios se relacionam;
Vitória – Processo criativo do Coletivo Fuzuê;
Ander – Processo criativo da CIA Língua de Trapo: espetáculo “Deixa eu pintar o meu nariz”, na direção de Isabel Cavalcante (enfoque no trabalho social da CIA);
Henrique – Entrevista com Ailton Macena (Teatro de bonecos).
Link: https://bagagemtpcc.blogspot.com/
Wellen - Processo criativo do espetáculo "Amaré" do grupo Enleio.
Link: https://espetaculoamare.tumblr.com/
Gabriel - Vai estudar as diferenças de processos criativos de pessoas que entram em cursos.
(comparativo entre antes e depois)


Walisson - Processo criativo sobre o espetáculo “Olhos teus” -  

Dramaturgia baseada em histórias reais de pessoas que foram entrevistadas.
A peça aborda temas sobre transfobia, vícios e preconceitos.


Lara - Processo criativo de teatro-dança que ela está dirigindo,

nome : “Calibre 68,em busca do corpo” - Dramaturgia do movimento.
Link: https://calibre68-pracuradocorpo.tumblr.com

Victor - Processo criativo da matéria de inter 1, no qual ele atuou como monitor.
Vai trabalhar em cima da composição de cena do trabalho na disciplina.

Ana Marina: Processo criativo sobre o espetáculo musical "Legalmente loira" da escola
de teatro musical de Brasília.

Marconi - Processo criativo do espetáculo "Me and Mr Jones", com Camila Ellen e Elmo Férrer no elenco.
Lara: 
https://calibre68-pracuradocorpo.tumblr.com

Calendário

 Eis nossas próximas atividades:

1- aulas dias 21 e 23 , 28 e 30 de maio. Encerramento das orientações sobre métodos de pesquisa em processos criativos. Encontros presenciais

2- desenvolvimento das pesquisas individuais.  Dias 4,6,  de junho, Não presencial.

3- Discussão sobre as pesquisas individuais, orientações para o seminário.11/13 de junho. Presencial

4- Fechamento das pesquisas individuais, preparação para o seminário, dias 18/20 de junho. Não presencial.

5- Seminários, com entrega do trabalho final, dias 25 e 27 de junho. Presencial

6- Avaliações finais.  Dias 2/4 de julho.  Presencial.


Postagens dos blogs

1-
 Link: https://bagagemtpcc.blogspot.com/
sobre Bagagem companhia de Bonecos
 Henrique






2-
Link: https://espetaculoamare.tumblr.com/
processo de criação do espetáculo Amaré, do Grupo Enleio.

Wellen


3-
MUDANÇA DE IDENTIDADE NAS LÍNGUAS E NO TEATRO"

https://teatrolinguas.blogspot.com

quinta-feira, 16 de maio de 2019

Lembrando: texto para hoje,


Texto já estava disponível desde 29/03/19 07:51


Textos para discussão

1- BARTHES, R.
"A morte do autor", texto que foi publicado em uma coletânea sob o título de Rumor da Língua (Martins Fontes, 2004, pp. 57-64.

Links: https://pt.scribd.com/document/219195736/BARTHES-Roland-A-morte-do-autor-pdf
http://www2.eca.usp.br/Ciencias.Linguagem/L3BarthesAutor.pdf

Para o livro inteiro , Rumor da Língua, v
link: https://joaocamillopenna.files.wordpress.com/2014/08/barthes-o-rumor-da-lingua.pdf
 Este texto se associa a outro: " Da obra ao texto", que está no livro acima citado (Rumor da Língua), nas páginas 65-75.

2- FOULCAULT, M.
"O que é um autor"
https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=105118.


Textos complementares


a- BELEI, S.  "A morte do autor: Retorno à cena do Crime"
b-Giorgio Agamben
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3842699/mod_resource/content/0/Agamben.%20O%20autor%20como%20gesto%20%281%29.pdf

c-BURKE, Séan. The Death and Return of the Author: Criticism and Subjectivity in Barthes, Foucault, and Derrida. Edinburgh: Edinburgh University Press, 1998.



No verbete da wikipedia americana temos um panorama do conceito "morte do autor"
Temos usados técnicas e diferentes ênfases para os vídeos.

Link: https://en.wikipedia.org/wiki/The_Death_of_the_Author

Todo o texto a partir da transcrição do vídeo


O compositor na sala de aula: estratégias criativas desenvolvidas no DramaLab para interação entre músicos e atores[1]
The Composer at the Classroom: Creative Strategies To Improve Exchanges Between Musicians and Actors



Marcus Mota
Universidade de Brasília
marcusmotaunb@gmail.com

Resumo:
Neste artigo apresento experiências desenvolvidas no Laboratório de Dramaturgia da Universidade de Brasília as quais dinamizam trocas criativas entre músicos e artistas.  A partir de uma orientações dramatúrgicas bem definidas, os performers negociam parâmetros psicoacústicos para produzir sons e movimentos.
Palavras-Chave:
Composição; Música; Dramaturgia.
Abstract:
In this paper, I present experiences developed in the Laboratory of Dramaturgy of the University of Brasília, which stimulate creative exchanges between musicians and actors. From well-defined dramaturgical orientations, performers negotiate psychoacoustic parameters to produce sounds and movements.
Keywords:
Composition; Music; Dramaturgy.




O Laboratório de Dramaturgia (DramaLab) desde 1998 vem se dedicando à reflexão e realização de obras dramático-musicais dentro do contexto universitário, o qual inclui a íntima associação entre pesquisa, criação e performance.
 Entre as modalidades de processos criativos ali desenvolvidas, temos, além de produção de obras interartísticas, projetos de experimentação que envolvem a interação entre músicos e atores. No lugar da ideia de ‘obra’, tais projetos experimentais promovem um espaço de trocas e improvisos a partir de encontros semanais orientados e instigados por um provocador cênico[2]. Ou seja, no lugar da sala de ensaios ser espaço de marcação e especificação de organização composicionais pré-dadas, temos a sala de ensaios como lugar de abertura, de produção de vínculos entre som, movimento e forma no espaço-tempo de sua elaboração. 
 Em cada encontro, o provocador cênico direciona estímulos, comandos, solicitações para que pequenos exercícios cênico-musicais sejam elaborados em conjunto pelos músicos e atores. Os músicos reagem a estes comandos acompanhando as ações dos atores, os comentários e novas solicitações do provocador cênico, e ainda os acordos entre os músicos mesmos.  As decisões criativas dos músicos entram em um fluxo de materialidades compartilhadas no aqui e agora da sala de ensaios. Além dessas escolhas sobre andamento, timbres, harmonia/melodia, duração, forma ocorrem no momento atual de sua execução, tais escolhas são alteradas e testadas na sucessão de novas interações com os atores: como o grupo de atores varia entre 16 a 30 integrantes, em função de cada exercício eles são divididos em solos, duplas e trios. Assim, os músicos performam/compõem para cada exercício até 20 reelaborações de um material musical. Isso duas vezes por semana, com duas horas cada ensaio.
Diante da intensidade dessa experiência, os músicos exercitam-se em  composição-em-performance, redirecionando a cada momento sua bagagem artística e seu repertório de técnicas e procedimentos composicionais. Sendo instrumentistas-compositores, eles necessitam compreender e prontamente reagir in loco à multissensorialidade da cena em sua abertura construtiva.
Todo o processo interativo é filmado, registrado, documentado e depois discutido entre os integrantes. Dessa forma, revendo e analisando suas performances, músicos e atores começam a desidealizar atividades composicionais e passam a compreender as estratégias criativas de eventos multidimensionais.
Nesta comunicação, apresento e discuto tais estratégias de fundamentação de intérpretes criativos  com foco no compositor-instrumentista.

Na sala de ensaios
O experimento de que será aqui comentado em detalhe diz respeito à interação entre músico e estudantes no primeiro semestre de 2017, na disciplina Técnicas Experimentais de Artes Cênicas[3].  A estrutura dos encontros semanais assim se organiza:
1- contato inicial entre o provocador cênico e todo o grupo (performers, músicos. Como uma macro-rubrica (didascalia) inicial, era proposto o que seria o exercício do dia. Este exercício pode ser a retomada de um tema em desenvolvimento durante todo o semestre, ou algo que será explorado durante aquele encontro.  Essa macrorubrica inicial explicita contextos para as ações dos  performers e dos músicos.  É expressa verbalmente pelo provocador cênico para o grupo, mobilizando tanto o imaginário da cena, quanto a memória dos performers, em relação a técnicas corporais já anteriormente aprendidas. Muitas vezes, dentro ainda desse contato inicial passa-se das palavras para a ação física, quando algumas das indicações de movimento são exemplificadas pelo provocador e repetidas pelos performers. Estes primeiros estímulos e exercícios são seguidos pelas intervenções do provocador cênico que solicitando dos intérpretes diversas ações em relação à qualidade do movimento e ao seguir as instruções da macrorubrica. Como nesse momento do ensaio é preparatório, a participação do músico não é enfocada. Ele pode testar alguns materiais que mais tarde serão utilizados na continuidade do encontro, retomando sequências previamente presentes em outros ensaios em função da nova situação, da singularidade do que foi indicado na macrorubrica.
2-  Improvisações guiadas.  A partir das informações do contato inicial, começa a complexa rede de trocas entre o provocador cênico, os performers e o músico.  Inicialmente, é organizado o espaço de atuação, com divisão dos performers em grupos, duplas, trios e mesmo em indivíduos. Com isso a sala de ensaios se converte em uma sala de apresentações, com a divisão entre os performers que vão realizar uma primeira série das improvisações para os performers que vão assisti-las.  Neste momento, o provocador cênico enfatiza o que ele quer, atualizando a macrorubrica e as improvisações guiadas se iniciam. O som produzido pelo músico demarca o início das improvisações, que são a todo momento interrompidas pelo provocador cênico. O provocador cênico interrompe tanto os performers, quanto os músicos. Como seus comandos são verbais, ele intervém no fluxo de sons e movimentos.  Nesse sentido, o músico precisa estar constantemente atento às falas do provocador cênico, e aos movimentos dos atores. Desde já, a estratégia nunca é a da busca da simultaneidade entre a produção de som e a das ações físicas.  É preciso compreender os diversas, díspares e simultâneos focos de atenção presentes na sala de ensaio.  Após trabalho com um grupo, a mesma situação proposta pelo provocador é explorada agora pelo grupo subsequente.  O músico pode se valer do mesmo material sonoro ou apresentar outro.


Mais um dia de trabalho
O ensaio de 29/06/2017 foi o último do semestre[4]. Demonstra já o acúmulo de informações e vivências a partir da intensa troca entre os partícipes dessa experimentação multissensorial.  A filmagem registra a macrorubrica que já emenda nas exemplificações iniciais:
HUGO (Sentado em uma cadeira, segurando com um papel na mão. Fala diante dos  performers que estão em um semicírculo a sua frente)  Bom. Então. É sempre com a ideia de democracia. Mas, a ideia é a seguinte: estão caídos no chão. Totalmente caídos. E começa uma música. E vocês caídos. E a música segue. E vocês caídos. Certo? E aí começa um esforço para tentar se levantar. Tentar se levantar.  E isso começa pela cabeça e os braços, desde o chão, bem separado. Cabeça, por exemplo. Deitem.  (Todos se deitam no chão) Tentem se levantar a partir da cabeça. (Ações do grupo. Hugo Interrompe) Não. Sentem. (Todos se sentam) Quero tudo  trabalhar não  no tempo da Câmara lenta, ou no tempo de rápido {aceleração},  mas no tempo da ‘fotografia’, como se fossem pequenos slices {cortes, pedaços} ( Hugo demonstra as ações que quer, e depois continua sua fala) Como se fosse um nascimento por fórceps, como se fosse algo que não consigo, como se fosse uma barreira que não consigo ultrapassar. E vou tentando levantar, levantar, levantar. Quando estou conseguindo , a uma determinada altura caio. Caio. E daí volto a subir até conseguindo até altura média e caio. E volto a levantar. Isso não é nada uniforme. É cada um em sem tempo. Até todos ficarem em pé. Olhem o que escrevi: ‘No chão. Um exemplo dessa macrorubrica: “Cair. Tentar levantar. Conseguir parcialmente. Tentar buscar um horizonte com os braços. Como se eu fosse um boneco,  não como um ser humano. Com atitudes de boneco. Cabeça de boneco. Por exemplo: fiquem de pé. Todos. Se olhem no espelho. E procurem, em função de ações anormais, trabalhar como um boneco[5]. Tudo flexionado- joelhos, braços. Abre a perna e fecha. Cotovelo: abre e fecha. Não, não. (Fala exemplificando) Não é assim e assim. Isso é câmera lenta. É assim. ( Exemplifica). São este dois. Não! Tá Tá! nunca tem um movimento completo. Para fazer o movimento tenho dois movimentos, para chegar a um lugar.  Não. Dois movimentos . E aí cheguei. Tó Tó! Isso. Tó Tó! Não, isso é um movimento! Tó Tó!  Faz Tó Tó e se move duas vezes. (...) Caíram. Agora levantem,com o mesmo movimento. E não falem mais Tó Tó. (...) Façam um movimento disforme, como se fossem quase macacos. Boneco feio. Boneco mau. Boneco assassino. ( Performers realizam) Parem! São  dois movimentos e parem. Tó Tó! Tó Tó! Tó Tó! Tó Tó! Tó Tó...”
 Analisando o discurso de Hugo, neste dia os performers iriar trabalhar suas possibilidades e limites corporais por meio de uma analítica do movimento: há uma prévia definição temporal que demanda recortes brusco das ações. No lugar de construir uma sucessão fluída de movimentos e ações, os performers deveriam enfrentar a continuidade pela descontinuidade, tendo pouco tempo para pensar no que fazer.  O modo como essa analítica é proposta se aproximada do stacatto musical: os performers deve mover seus membros para diversas e opostas direções dentro de pequenos intervalos de tempo, produzindo destacadas ações. 
Tal  definição temporal dos movimentos já havia sido indicada na macrorubrica: “Quero tudo  trabalhar não  no tempo da Câmara lenta, ou no tempo de rápido {aceleração},  mas no tempo da ‘fotografia’, como se fossem pequenos slices {cortes, pedaços}”.  Aqui, Hugo se refere a distintos modos de se trabalhar as ações em exercícios anteriores.  No lugar modificar e explorar o  andamento da cena, Hugo se propõe aqui intervir na montagem mesma da relação tempo/movimento.  Os performers se veem confrontados com um desafio: eles não possuem todo o registro de todas as suas ações em extensão. Eles apenas possuem o comando “Tó Tó” , uma tradução verbal aproximada de uma divisão temporal em sucessão.  De posse desse padrão rítmico, os performers realizam seus movimentos, tentando fazer corresponder a articulação em stacatto nas ações físicas.  Esse célula rítmica proposta por Hugo para traduzir a ideia de ações desconexas que se modificam em curtos espaços de tempo como flashes de uma câmera se converte em ponto de partida tanto para os performers quanto para o músico.
Nesse primeiro momento do ensaio, o foco ainda não é na correlação entre o músico e os performers. Mas estando ali como observador, o músico já pode elaborar suas primeiras ideias, esboços. Parte dessa elaboração é mais mental, como anotações e divagações, ou com as mãos no instrumento, buscando posições, formas, agindo a partir dos estímulos em volta.  Para melhor me enquadrar nessa situação que é mais das artes cênicas que de um universo puramente musical, tenho preferido trabalhar com abordagem mínima: vou para cada ensaio com uma guitarra, uma pedaleira e uma caixa de som, tudo bem básico.  A escolha da guitarra se deve em função de efeitos sonoros e portabilidade.  Há todo um cuidado em ouvir mais que tocar, em se colocar na situação de um observador-participante.  De fato, não estou ali para tocar a minha música ou para apenas acompanhar o que realizado. As interferências sonoras são efetivadas a partir do fluxo de materialidades produzidas entre todos.

Sequências
 Uma análise cronométrica e comparativa dos improvisos guiados neste ensaios nos faculta o acesso às estratégias efetivadas na interação entre músico e performers.

SEQUÊNCIAS
 DURAÇÃO TOTAL
TEMA MUSICAL
1-Grupo 1
4.40
Tema 1
2-Grupo 2
4:04
Tema 2
3-Todos

Tema 3
4-Individuais


5- Todos


Total



Sequência 1




Como se pode observar, mesmo como uma duração de 4.50 s, foi marcada por constantes interrupções do provocador cênico, que constantemente frisava a qualidade na correlação entre o padrão rítmico e os movimentos.  Os cortes interrompem o som e as ações. Para o músico-compositor, tais interrupções renovam sua conexão com a improvisação que está sendo construída em cena. No caso de se trabalhar com o padrão rítmico proposto a solução foi de prover um material que dialoga com a atualização explicita daquilo que foi proposto pelo provocador:
a- um perfil binário temporal;
b- uma sucessão de repetições desse perfil binário;
c- uma orientação vetorial(direção) a partir dessas repetições.
Desde as exemplificações, durante o contato inicial, eu havia procurado traduzir as indicações do provocador cênico por meio de um materiais sonoros que ia inserindo. Em 4:07 introduzo um tema melódico simples articulado em duas subfrases vinculadas por tensão e relaxamento:



Esse tema é imediatamente suspenso – introduzo uma nota pedal em subgrave. Sobre essa nota eu toco o pulso do coração batendo.  Esse procedimento explicita uma imagem comum, que, mesmo não sendo usada, ressoa como uma análogo ao movimento regular de passos, que é a imagem do tema 1.  Em seguida, sem a nota pedal, o tema é novamente inserido com variações, não apenas rítmicas, com deslocamento de parte da subfrase A para a B, como também por meio da verticalização do material, que agora é mais cordal que melódico.
Esse processo que se desenvolve entre 4:07 e 7:40.  Quando sequência 1 é iniciada (8:30), o tema 1 retorna, já em sua forma mais típica, em uma tensão cordal-melódica Am/ Gm, na forma de riff.  O uso de riffs ou ostinatos é um procedimento fundamental quando, como no contexto desses experimentos cênico-musical, está em jogo o desenvolvimento de habilidades expressivas por meio de exaustão física ou repetição de padrões de movimento.  Assim como os performers, o músico-compositor também terá de enfrentar os desafios de gerar variações a partir de um ponto de partida continuamente reprocessado. Como se pode ver pelo vídeo, embora tanto o trabalho dos performers quanto o do músico-compositor se constituir a partir do padrão rítmico proposto, tal convergência se faz por meio de processos expressivos diversos.  Traduzindo paradoxal conjugação de esforços, temos o seguinte diagrama:




O músico-compositor e os performers compartilham o mesmo pressuposto mas apresentam materiais que não são totalmente similares nem síncronos. Ao mesmo tempo, o músico-compositor precisa manter o pulso do evento em geral e a circularidade de seu ostinato de 4 compassos.



Sequência 2


Sequência 3










Sequência 4 




Sequência 5
Primeiro exercício
1-  Início,19:44 – fim,20:41
2- Início,20:42; corte- 20:50; 21:00 corte. 21:15 novo início. 21:46 corte. 22:18 novo início; 23:22 fim.
3- 23:56 Início; 24:01 corte. “[Para o músico]Igual. Sem variação. Novo Início24:5; fim 25:12
4- Início 25:13, fim 26:50 (Comandos para manter o ritmo26:33, palmas marcando o rito 26:42)
5- Início 26:51- 28:13
6- 28:14 -28:57
7-28:58 – 29:39
8-29:40 – 30:48
9-30:49 – 31:42
10- 31:43 -32:26
11-32:27-33:18
12- 33:19 – 34:50
13- 34:51 – 35:55
14- 35:56 – 37:10
15- 37:11- 27:51
16- 37:52 – 38:33
17- 38:34 – 39:14
18- 39:15 – 40:04
19- 40:05- 40:39
20- 40:40- 40:26

Segundo Exercício
Comando:  “Todos vindo para mim”
1-42:43- 43:44
Comando : “Agora se olhando no espelho”. “Não fiquem em linha” “Sente o tempo” “Sentido Horário”
2-44:22-45:45
3- 47:04- 52:26  (volume) Monstro em câmera lenta Pequenos extertores.
mesmo tamtam só que lento. Sente isso e para. mais lento. Mãos tensas, quebradas. Para dentro e para fora. Dois movimentos.
4- 52:33- 53:34
Eixo vertical Cair, levantar.

Avaliações durante as performances

“Tá normal, não quero normal!  Não quero uma figura linda, quero uma figura monstruosa. Os joelhos estão quebrados, os braços quebrados, o dorso tá quebrado, tudo quebrado.”
“ Não vai pro chão, não quero o chão:
“Não fica igual”
“Quebra a cabeça, não se conserta”
“Joelhos sempre esticados”
“Passos grandes”
“Não quero a cabeça na mesma direção do torso”
“Encolhe o braço para trás, dobra o cotovelo”
“não faz redondo”

“A música está ajudando de alguma maneira”
As redes de trocas entre os integrantes do processo criativo compreendem-se melhor pelo conceito de composição-em-performance.
Segundo A. Lord, “temos um conceito da fixidez de uma performance.(...)Nós pensamos mudança de conteúdo ou redação. Para nós, em algum momento tanto conteúdo quanto a redação foram estabelecidos (LORD 199:101”.
Ou ainda: “Nossa real dificuldade se torna patente no fato que, diferente do poeta oral, nós não estamos acostumados a pensar em termos de fluidez. Nós encontramos dificuldade em compreender algo que é multiforme. Parece-nos necessário construir um texto ideal ou buscar um original, e permanecemos insatisfeitos com um fenômeno sempre em transformação. Eu acredito que quando compreendermos os fatos da composição oral vamos parar de tentar encontrar um original da canção tradicional. De um ponto de vista, cada performance é um original. De outro, é impossível reconstruir o trabalho de gerações de cantores até o momento quando um cantor primeiro cantor uma canção particular. (...) Cada performance é a canção específica e é ao mesmo a canção em senso genérico. A canção que estamos ouvindo é ‘a canção’. Pois cada performance é mais que uma performance; é sua recriação (LORD 2000:100-102)”


Questões
1- o descentramento do compositor
2- polifocalidade.
3- intensidade/rapidez das decisões
4- interações
5- não sincronicidade
Hugo:
não é em personagens
soluções baseadas em estereótipos interpretativos
corporeidade/ movimento expressivo

Mudança do conceito de teatro.
Treinamento
não pensar em erros. Não um um texto prévio.
eixos para decisões
1- mais  consonante, mais dissonante
2- melódico / acorde
sincroncidade. assincronia

Teoria da assincronia / desocntinuidade generazlizad, como cage.
estamos no mesmo tempo mas não fazemos as mesmas coisas.

experiência fenomenologia
partir das práticas habituais
fases. autocomposição revisão dos pressupostos
abertura/liberdade

frases descidas no baixo
limites do instrumento
Composição como dramaturgia
contraposição, contracenação.
Variações no material
Dar uma forma durante: Apresentação de um material, variações, retomadas.
Jogos

Estética de Hugo Rodas
Desconstrução
Centrada no Intérprete.
Tabela  com a interseção entre educação, formação, criatividade, teatro, música

Multissesorialdiade, Som com e para corpos, sons a partir de atos visíveis, sons visíveis.
Improvisation X Composição in Performance.
Ouvir-ver Audiovision (

Imaginação Musical Ampliada
Materiais para outras obras e processos
Ideia de processo
não pensar no erro,todas as notas possíveis.
Nota, nuvem,
interações assimétricas
além do puramente musical/ extramusical
Pensar conexões.
Superar a monocausalidade.
Encarar a situação não como desperdício.


Referências Bibliográficas
LORD, A. B.  The Singer of Tales. 2nd ed. with new Introduction by S. Mitchell and G. Nagy. Harvard University Press, 2000.
MARTIN, R. “Composition- in-Performance” In: M. Finkelberg  (Org). The Homer Encyclopedia. Online Wiley.  Link:  https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1002/9781444350302.wbhe0303 .
MOTA, M Dramaturgia, colaboração e aprendizagem: um encontro com Hugo Rodas. In: VILLAR, F. P.; CARVALHO, E. F. (Org.). Histórias do teatro brasiliense. Brasília: 2003.
MOTA, M.  “Todos os teatros de Hugo Rodas”. In: RODAS, H. et al. Hugo Rodas. Brasília: ARP, 2011, p. 14-36.
MOTA, M. Dramaturgias. Conceitos, Exercícios, Análises. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2017.
CARVALHAL, J. Provocador Cênico: implicações de uma outra função em Processos Colaborativos e Pedagógicos . Dissertação de Mestrado: Universidade de Brasília, 2016. Link: http://repositorio.unb.br/handle/10482/21573 .
STEDEROTH,D. “Sound, Groove, performance: categorias de realização estético-Musical para caracterizar a música popular” In: R. Rajobac & L.C. Bombassaro (Orgs.) Música, Filosofia e Formação Cultural. Editora Universidade Caxias do Sul, 2017, p. 155-170. Link para a palestra: https://www.youtube.com/watch?v=lC3_xHSJxjM .




[1]Viagem e estadia tornados possíveis graças ao Edital  DPI/DPG N.º 002/2018 – Eventos.
[2] O multiartista uruguio-brasileiro Hugo Rodas é quem assume essa função. Sobre Hugo Rodas, v. MOTA 2003 e MOTA 2011.
[3] Material filmado disponível no blog de acompanhamento: https://teac12017.blogspot.com/ .
[4] Link do vídeo  https://youtu.be/ohRIgNBnp4Q . 
[5] Hugo Rodas mistura diversas línguas em sua fala: inglês, espanhol, português, alemão, francês. Aqui se usou o “expeciones”que pode ser traduzido como ‘exceção, ressalva”mas também se refere a eventos aberrantes, anormais, desproporcionais, irregulares.